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Aumentar os Recursos Humanos Qualificados para o Programa Espacial Brasileiro

Diretamente atrelado ao objetivo de motivar jovens para as carreiras de C&T está o aumento da quantidade e da qualidade de recursos humanos disponíveis para o Programa Espacial Brasileiro.

A falta de recursos humanos é um gargalo não só nesse programa, mas em todas as áreas de pesquisa e desenvolvimento no país. E esta é uma constatação muito perigosa. Podemos perder a nossa capacidade de gerar conhecimento e produtos nacionais sem mesmo tê-la obtido ainda de forma completa.

O efeito já ocorreu nos Estados Unidos. Lá é comum encontrarmos mais engenheiros e pesquisadores estrangeiros que americanos nas instituições. Além disso, é uma coisa cada vez mais rara encontrar produtos com aquele famoso “Made in USA”.

Aqui no Brasil, queremos mais “Made in Brazil” em produtos de alta tecnologia e valor agregado. Mas isso nunca acontecerá se não tivermos um número maior de estudantes direcionados para as profissões que permitem transformar uma ideia em um equipamento.

No programa espacial, conforme relatei, minha batalha é estabelecer cursos de engenharia aeroespacial e desenvolver novos centros de excelência em diversas regiões do país. O projeto ainda está no início. Temos muito chão e pedras pela frente. Mas temos um sonho a seguir e um caminho definido... Melhor ainda: já começamos a caminhar.

Uma notícia boa: o curso de engenharia aeronáutica na USP é cada vez mais procurado (perde para a Medicina – o que também é uma boa notícia). No ITA, o número de candidatos também é muito grande e já temos uma segunda turma da engenharia espacial. Até o momento, em 2014, criei o currículo do curso de Engenharia Aeroespacial da USP, incentivei a criação da engenharia aeroespacial no ITA, já existem outros tantos no Brasil, na mesma área. Estou feliz!

Conversando com estudantes universitários em eventos como o Campus Party e outros que participo, noto claramente que a Missão Centenário teve uma influência positiva determinante na opção desses jovens pelas carreiras de C&T. Estando lá, junto deles, nessas ocasiões (e não sentado dentro de um escritório cheio de papéis, esperando por informações tratadas por algum assessor) tenho uma noção exata do que acontece. E, de novo, você não faz ideia de como isso me deixa feliz.

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Daqui a alguns anos, tenho certeza que o programa espacial estará muito bem servido de excelentes recursos humanos. O que precisamos é ter políticos preparados e uma administração eficiente no MCT e na AEB para abrir caminho profissional para essa “galera” sedenta por deixar a sua contribuição no desenvolvimento da tecnologia nacional e, ao mesmo tempo, ter uma carreira compensadora e cheia de sucesso.

Assim, em resumo, o aumento do interesse desses jovens pelas posições e carreiras no programa é mais um resultado da primeira missão espacial brasileira. Os fatos falam por si e estão aí para todos verem. Só não vê quem não quer ver ou não sabe procurar.

O efeito positivo das atividades espaciais tripuladas, como a Missão Centenário, na formação de profissionais é tão evidente que algumas vezes até eu fico assustado. Precisamos agora reduzir reduzir a "miopia científica" administrativa no Brasil.

FOrmação de RH para C&T