A física nos ensina que quando uma onda eletromagnética,
luz por exemplo, incide sobre um objeto, uma parte dela será
absorvida e outra refletida. O percentual depende do material
do objeto, ou do “corpo”. Por outro lado, qualquer
corpo, estando a uma determinada temperatura, também
emite energia eletromagnética em determinadas frequências.
Uma comparação simples com a dinâmica
dos nossos desejos e emoções, mostra semelhanças
interessantes. Primeiro, vamos considerar aquilo que desejamos
para outras pessoas como “ondas eletromagnéticas”
e as nossas emoções como as vibrações
das nossas “estruturas básicas”. Essas
“ondas de desejo” podem ter diferentes “frequências”.
Aliás, podem ter uma única frequência
(monocromática), ou ser uma composição
de muitas frequências diferentes. Consideremos a “frequência”
da onda como um parâmetro relacionado diretamente ao
tipo de desejo imbutido naquela “onda”.
Assim como os “corpos” da física, nós
também emitimos, absorvemos e refletimos “ondas
de desejos”. No dia-a-dia, apenas parte dessas ondas
emitidas por outras pessoas são absorvidas por nós,
o restante é refletido de volta ao emissor ou para
as outras pessoas que estão ao nosso redor. Assim,
essa parte refletida não nos causa nenhuma alteração,
mas pode afetar outras pessoas. Da parte absorvida, uma parcela
nos fará reagir, fazendo as nossas estruturas básicas
vibrarem. Outra parcela simplesmente não irá
“sincronizar” com as característias naturais
da nossa “estrutura” e será atenuada rapidamente.
Isto é, apenas parte do que desejam para nós
pode realmente “mexer conosco”, tendo “frequências”
que conseguem fazer “vibrar nossas estruturas”.
Do mesmo modo, as frequências que conseguimos emitir
são diretamente relacionadas com a nossa estrutura
natural. Normalmente, absorvemos bem na mesma frequência
que emitimos. Se você emite coisas boas, absorverá
coisas boas. Se emite coisas ruins, absorverá coisas
ruins.
Agora, é interessante notar que, diferente da maioria
dos objetos e corpos da física, nós podemos
modificar as características nossas estruturas básicas!
Isso significa que podemos “aprender” a refletir
de volta uma grande parte dos desejos ruins que incidem sobre
nós e reagir com apenas a melhor parte das “ondas
de desejo” que absorvemos. Mais ainda, podemos “treinar”
para emitir apenas desejos bons, ondas com boas frequências!
Melhor ainda, emitir coisas boas de forma independe do tipo
de “ondas de desejo” que estejam incidindo sobre
nós. Esse é o princípio básico:
o que você absorverá, o que você refletirá
de volta e o que você emitirá depende apenas
de sua natureza...e esta, com o tempo, depende da sua escolha
pela atitude positiva. Tenha uma atitude boa e, assim absorva
e emita apenas coisas boas. Nada de ruim poderá alterar
a sua paz interior, e as suas ações deverão
sempre ser ditadas pela sua natureza boa.
Conta-se da fábula do monge e do escorpião que,
ao caminhar com o seu discípulo à beira de um
rio, o monge viu um escorpião se debatendo na água
e prestes a morrer afogado. O monge esticou o braço
e apoiou o escorpião na palma da mão. Assim
que teve os pés firmes, o escorpião picou o
monge. Com a dor o monge deixou o escorpião cair na
água. Imediatamente pegou um graveto e novamente salvou
o escorpião, trazendo-o para a margem. O discípulo,
indignado com a atitude do escorpião, perguntou ao
monge: “Mestre, por que não deixastes o escorpião
na água para se afogar? O senhor tentou salvá-lo
e ele retribuiu com uma picada!”
Calmamente o monge respondeu: “Ele agiu conforme a sua
natureza má. Eu agi conforme a minha.”
Assim deveria ser a nossa atitude com relação
a tudo que nos desejam. Retribua o mal com a bondade e alimente
com a amor a sua natureza do bem. Deixe que a maldade, e tudo
de ruim que ela traz junto, reflita de volta aos corações
daqueles com natureza ruim. Absorva o que há de melhor
do mundo ao seu redor e cresça cada vez mais como ser
humano. Tenha desejos de luz, e ilumine caminhos.
Marcos
Pontes
Colunista,
professor e primeiro astronauta profissional lusófono
a orbitar o planeta, de família humilde, começou
como eletricista aprendiz da RFFSA aos 14 anos, em Bauru (SP),
para se tornar oficial aviador da Força Aérea
Brasileira (FAB), piloto de caça, instrutor, líder
de esquadrilha, engenheiro aeronáutico formado pelo
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA),
piloto de testes de aeronaves do Instituto de Aeronáutica
e Espaço (IAE), mestre em Engenharia de Sistemas graduado
pela Naval Postgraduate School (NPS USNAVY, Monterey - CA). |