LUZ, DESEJOS E EMOÇÕES

Marcos Pontes
11/07/2007

A física nos ensina que quando uma onda eletromagnética, luz por exemplo, incide sobre um objeto, uma parte dela será absorvida e outra refletida. O percentual depende do material do objeto, ou do “corpo”. Por outro lado, qualquer corpo, estando a uma determinada temperatura, também emite energia eletromagnética em determinadas frequências.
Uma comparação simples com a dinâmica dos nossos desejos e emoções, mostra semelhanças interessantes. Primeiro, vamos considerar aquilo que desejamos para outras pessoas como “ondas eletromagnéticas” e as nossas emoções como as vibrações das nossas “estruturas básicas”. Essas “ondas de desejo” podem ter diferentes “frequências”. Aliás, podem ter uma única frequência (monocromática), ou ser uma composição de muitas frequências diferentes. Consideremos a “frequência” da onda como um parâmetro relacionado diretamente ao tipo de desejo imbutido naquela “onda”.
Assim como os “corpos” da física, nós também emitimos, absorvemos e refletimos “ondas de desejos”. No dia-a-dia, apenas parte dessas ondas emitidas por outras pessoas são absorvidas por nós, o restante é refletido de volta ao emissor ou para as outras pessoas que estão ao nosso redor. Assim, essa parte refletida não nos causa nenhuma alteração, mas pode afetar outras pessoas. Da parte absorvida, uma parcela nos fará reagir, fazendo as nossas estruturas básicas vibrarem. Outra parcela simplesmente não irá “sincronizar” com as característias naturais da nossa “estrutura” e será atenuada rapidamente.
Isto é, apenas parte do que desejam para nós pode realmente “mexer conosco”, tendo “frequências” que conseguem fazer “vibrar nossas estruturas”. Do mesmo modo, as frequências que conseguimos emitir são diretamente relacionadas com a nossa estrutura natural. Normalmente, absorvemos bem na mesma frequência que emitimos. Se você emite coisas boas, absorverá coisas boas. Se emite coisas ruins, absorverá coisas ruins.
Agora, é interessante notar que, diferente da maioria dos objetos e corpos da física, nós podemos modificar as características nossas estruturas básicas! Isso significa que podemos “aprender” a refletir de volta uma grande parte dos desejos ruins que incidem sobre nós e reagir com apenas a melhor parte das “ondas de desejo” que absorvemos. Mais ainda, podemos “treinar” para emitir apenas desejos bons, ondas com boas frequências! Melhor ainda, emitir coisas boas de forma independe do tipo de “ondas de desejo” que estejam incidindo sobre nós. Esse é o princípio básico: o que você absorverá, o que você refletirá de volta e o que você emitirá depende apenas de sua natureza...e esta, com o tempo, depende da sua escolha pela atitude positiva. Tenha uma atitude boa e, assim absorva e emita apenas coisas boas. Nada de ruim poderá alterar a sua paz interior, e as suas ações deverão sempre ser ditadas pela sua natureza boa.
Conta-se da fábula do monge e do escorpião que, ao caminhar com o seu discípulo à beira de um rio, o monge viu um escorpião se debatendo na água e prestes a morrer afogado. O monge esticou o braço e apoiou o escorpião na palma da mão. Assim que teve os pés firmes, o escorpião picou o monge. Com a dor o monge deixou o escorpião cair na água. Imediatamente pegou um graveto e novamente salvou o escorpião, trazendo-o para a margem. O discípulo, indignado com a atitude do escorpião, perguntou ao monge: “Mestre, por que não deixastes o escorpião na água para se afogar? O senhor tentou salvá-lo e ele retribuiu com uma picada!”
Calmamente o monge respondeu: “Ele agiu conforme a sua natureza má. Eu agi conforme a minha.”
Assim deveria ser a nossa atitude com relação a tudo que nos desejam. Retribua o mal com a bondade e alimente com a amor a sua natureza do bem. Deixe que a maldade, e tudo de ruim que ela traz junto, reflita de volta aos corações daqueles com natureza ruim. Absorva o que há de melhor do mundo ao seu redor e cresça cada vez mais como ser humano. Tenha desejos de luz, e ilumine caminhos.

Marcos Pontes
Colunista, professor e primeiro astronauta profissional lusófono a orbitar o planeta, de família humilde, começou como eletricista aprendiz da RFFSA aos 14 anos, em Bauru (SP), para se tornar oficial aviador da Força Aérea Brasileira (FAB), piloto de caça, instrutor, líder de esquadrilha, engenheiro aeronáutico formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), piloto de testes de aeronaves do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), mestre em Engenharia de Sistemas graduado pela Naval Postgraduate School (NPS USNAVY, Monterey - CA).

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